quinta-feira, 28 de março de 2013

Como fazer um bebê gostar de ler?

É desde o colo que se alimenta o hábito da leitura, despertando no bebê o gosto de ouvir as palavras 

Texto Maria Slemenson e Marion Frank

Foto: Marcella Briotto
Foto: Para desfrutar do prazer da leitura, nunca é cedo demais!
Para desfrutar do prazer da leitura, nunca é cedo demais! 
Quem se dedica a ler para uma criança desde os seus primeiros meses de vida, valoriza o ato da leitura e estreita os laços afetivos com ela. O fato de ser apenas um bebê não é impedimento para manter os livros afastados da rotina diária. Ao contrário. É desde o colo da mãe ou do pai que o bebê pode/deve se aproximar desse universo mágico, despertando o prazer de ouvir o som das palavras, por exemplo.

A fase seguinte acontece a partir dos três a quatro meses, quando ele consegue manter-se sentado. "O bebê começa então a demonstrar um envolvimento físico com o livro", lembra Theodora Maria Mendes de Almeida, diretora do colégio Hugo Sarmento, há 46 anos em atividade na capital paulista. "E se sente tão atraído que deseja conhecer esse objeto com a boca, o que é muito importante".

As dicas aqui em destaque pretendem, portanto, ajudar os pais durante os primeiros contatos dos seus bebês com os livros. São dicas que não devem ser utilizadas para ensinar a ler e a escrever, mas sim despertar o prazer da leitura - o que seguramente vai acontecer, se forem aplicadas com naturalidade no dia a dia.

Use sonoridade das palavras
A musicalidade das palavras é o que mais desperta a curiosidade do bebê. Ele se diverte bastante com esse tipo de sonoridade, ainda mais ouvindo a voz da mãe ou do pai. O ideal é ler histórias de frases curtas, que repetem palavras, o que ajuda a identificar os sons; poesias e cantigas também causam grande efeito.

Desperte o olhar
As cores das ilustrações, assim como as texturas às vezes presentes nos desenhos, têm grande poder de sedução sobre os bebês. Em uma livraria, há sempre gente preparada para ajudar a escolher o livro de recursos gráficos mais adequados para despertar os sentidos de quem tem pouca idade.

Tato: ativar!
Exatamente porque o bebê vai se envolver fisicamente com o objeto que tem em mãos, livros de plástico e/ou de tecido são os mais indicados nesta etapa inicial de contato com a leitura.

A distração faz parte
É natural que o seu filho se distraia após as primeiras páginas, mas o ritual da leitura, quando praticado com regularidade, vai criar o hábito até mesmo tenra idade - prepare-se para ver o bebê reagindo ao som da leitura ou ao estímulo das cores e formas dos desenhos com sorrisos, gestos etc. "E se o seu bebê for superativo, capaz de ficar parado apenas cinco minutos, saiba que esse contato com o livro já está de bom tamanho", salienta Theodora Maria Mendes de Almeida.

Sempre à mão da criança
É importante deixar os livros ao alcance da criança, tanto faz a idade. Serve de estímulo à iniciativa de ela pegar e se distrair sempre que sentir vontade.

Dicas para os pais! Veja algumas ideias de como a mãe e o pai podem se comportar no cotidiano de modo a despertar ainda mais o interesse por livros em seu bebê:

1. Selecione bem
Escolha um livro rico em ilustrações, de cores e formas atraentes. E cuja narrativa seja marcada pelo ritmo e pela repetição - mesmo com poucos meses de vida, o bebê é capaz de reconhecer a voz da mãe e/ou do pai que leem para ele, sentindo-se protegido com isso.

2. Preocupe-se com o ambiente da leitura
Sente-se em local confortável, procure relaxar, pois o seu bem estar irá contaminar o bebê acomodado no seu colo. Leia de modo a valorizar as rimas e as repetições de vocábulos, lembre-se que a criança se sente atraída pelos sons das palavras.

3. Incentive a descoberta
Mostre as ilustrações bem de perto à medida que aparecem no livro. E deixe que o bebê "experimente" o que lhe chamou a atenção, agarrando ou levando à boca o objeto - é o seu modo de se envolver com o universo desconhecido de um livro.

4. Solte a voz!
Para o adulto que se sente por alguma razão constrangido de ler em voz alta, a recomendação é, primeiro, se inteirar da história que vai ler de modo a se sentir familiarizado com ela; e, depois, não se preocupe com o próprio desempenho, afinal, trata-se de um ritual entre pais e filhos - ninguém vai atuar como juiz ou dar nota.

5. Crie o hábito
Do mesmo modo que existe a hora de comer, dormir, passear etc., é importante criar a hora da leitura do bebê, investindo no hábito que vai, com o passar do tempo, tornar a criança um leitor.
 

Fonte Educar para Crescer

Como fazer uma criança gostar de ler?

Siga as dicas de especialistas e faça seu filho de até 12 anos desenvolver o gosto pela leitura

Texto Maria Slemenson e Marion Frank

Foto: Marcella Briotto
Foto: É importante evitar que a leitura se torne algo massante nessa fase, lembre-se: o mais importante é ter prazer em ler!

É importante evitar que a leitura se torne algo massante nessa fase, lembre-se: o mais importante é ter prazer em ler!
A partir de sete, oito anos, sabe-se que a criança mostra independência na escolha dos títulos que deseja ler, reconhecendo os autores e os ilustradores favoritos. "É um momento de grande importância no seu desenvolvimento como leitora e os pais precisam se esforçar em participar ativamente dele", diz Theodora Maria Mendes de Almeida, diretora do colégio Hugo Sarmento, de São Paulo.

Acontece que o tempo passa rápido e, à medida que a criança cresce, sente-se cada vez mais atraída por atividades que nada tem a ver com livros. Cabe perguntar: como fazer um(a) jovem se mostrar interessado(a) pela leitura a ponto de dedicar regularmente tempo para ela? Pais desejosos de estabelecer uma relação de fidelidade entre filhos e livros se atormentam com o problema, de difícil gestão. Ainda mais nos dias atuais, eles que tem os filhos estimulados ininterruptamente pela tecnologia a concentrar a atenção em outras atividades.

Apesar dessa concorrência acirrada, cabe aos pais encontrar uma solução - uma ideia é organizar o dia a dia desses jovens de modo a criar horários para tudo, inclusive ler. Os pais também precisam estar atentos ao fato de servirem de modelo, daí a importância de lerem regularmente no ambiente doméstico. Mais: ao escolherem um livro, eles devem compreender que estão trazendo à tona os valores que pretendem passar para os filhos. "Por isso, é essencial que leiam com atenção o que querem apresentar de modo a terem certeza sobre o conteúdo selecionado", sugere Theodora.

O prazer continua a ser prioritário, evitando que a leitura se transforme em algo mecânico, obrigatório, para os leitores desta faixa etária. "E a história não deve ser usada pelos pais para passar lição de moral, mas sim discutir ideias que julgam importantes com os filhos", destaca Theodora. Dicas sobre a relação entre jovens leitores e livros são destacadas a seguir:



Ainda é tempo de ler com ele
Ler uma história com alguém é uma atividade de troca - de opiniões, impressões e afetos. Por isso, não deixe de ler com seu filho só porque ele já sabe fazer isso sozinho. "Até parece que saber ler é uma espécie de castigo porque ninguém mais dá atenção à criança, nem mãe nem pai... A leitura infantil precisa evoluir, ganhar desenvoltura, e o papel dos pais é fundamental na tarefa", alerta Theodora.

O livro não pode perder para o computador
Nessa idade, inúmeras atividades podem roubar a atenção do seu filho de modo a ele não se interessar mais por livros. A concorrência da tecnologia é intensa, exercendo enorme sedução sobre a curiosidade infantil. Como resolver? "Controle os horários do seu filho, é o único jeito. Porque ele precisa ter tempo para estudar, fazer a lição de casa, jogar na internet, brincar, ler livros... E também não fazer nada".


O ambiente facilita
Criar, em casa, um espaço só para os livros infantis, onde a criança poderá se acomodar com conforto para ler a qualquer momento, é outro modo (eficiente) de estimular a leitura.

É importante ter favoritos
Quanto mais livros, autores e ilustradores seu filho conhecer, tanto mais à vontade ele falará a respeito, comparando diferenças sobre modos de contar a história e de desenhar, permitindo desenvolver suas preferências literárias.