quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Como os pais podem ensinar leitura para seus filhos

Matéria publicada em 16/09/2012

*Autora: Cristiane Ferreira é Pedagoga e Coach Educacional

A escola é o ambiente formal escolhido pela sociedade para o ensino da leitura e escrita e suas regras cultas. Dispõe de profissionais qualificados e os recursos necessários para o ensino. Porém, mesmo antes de ter a instrução formal na escola, a criança começa a aprender a ler na família, adquirindo os hábitos de leitura dos adultos que a cercam na primeira infância e construindo suas hipóteses iniciais sobre funcionamento da escrita ainda em casa.

            Quando a criança tem oportunidade de entrar em contato com diversos materiais escritos, como livros e revistas, por exemplo, vai compreendendo que os textos são combinações de palavras, que por sua vez são formadas por sílabas e letras e que são a representação de objetos e da língua falada.
A descoberta de que é possível representar os sons por meio de grafismos é um passo muito importante para o aprendizado da leitura e uma conclusão nem sempre tão simples de se alcançar, mas que pode ser facilitada por meio da convivência com leitores ativos.
Ao ter contato constante com a leitura feita pelos adultos, as crianças aprendem também que os textos trazem uma mensagem e servem para comunicar, divertir, ensinar. Dessa forma, desde pequena, a criança começa a compreender a importância da leitura e escrita e sua função social na vida das pessoas.
O aluno que chega à idade escolar com uma base sólida sobre o funcionamento do sistema da escrita terá o aprendizado sistemático da leitura mais dinâmico e será alfabetizado mais rapidamente.
Por esse motivo, os pais devem ler para os seus filhos, indicando com os dedos as palavras que estão sendo lidas; o livro deve ser posicionado de forma que a criança possa acompanhar a leitura, ao lado do adulto, observando o texto e as imagens continuamente, ao invés de ficar no lado oposto, tendo apenas a visão da capa.
Assim a criança já vai aprendendo que as palavras escritas podem ser faladas, que para ler é preciso seguir da esquerda para a direita, que existe um sentido em tudo o que está escrito e que, ao contrário dos desenhos, as palavras não tem semelhança com os objetos que representam.
Ao ver o desenho de um carro, a criança já consegue identificar qual objeto está representado, diferentemente de ver a palavra carro. Para saber o que a palavre representa, será preciso ler, ou seja, aprender a decodificar o sistema de escrita. Saber a diferença entre as formas de representar objetos (por meio de textos ou imagens) é uma habilidade sutil e implícita, mas muito importante para a compreensão da língua e uma das bases iniciais do processo de alfabetização.
Para auxiliar os filhos nesse processo, os pais devem deixar livros à disposição das crianças, junto com seus brinquedos. É aconselhável adquirir livros infantis que contenham imagens e textos, para que a crianças façam comparações e possam ler livremente.
Como ainda não dominam a língua e nem o código escrito, provavelmente os pequenos inventarão suas histórias e indicarão as frases lidas com dedo, “fingindo ler”. Os adultos devem evitar corrigir e deixar a criança inventar suas histórias, pois isso favorece a imaginação e a relação positiva com a língua escrita. Com o tempo, a própria criança começará a fazer perguntas do tipo “o que está escrito aqui?”. Nesse momento o adulto pode fazer a leitura solicitada.
Os pais também podem despertar o interesse dos filhos fazendo suas leituras diárias na frente das crianças. Ler jornal, livro e até um manual de instrução na frente dos pequenos fará com que as crianças percebam que ler é algo tão saudável, rotineiro quanto escovar os dentes. Como a leitura, diferente do ato de escovar os dentes, é algo que só os adultos fazem, logo a criança terá curiosidade e irá pedir ou pegar o livro ou jornal da casa.
Além dos pais, outros membros da família como irmãos mais velhos, avós, primos e até vizinhos e amigos, podem e devem participar de momentos de leitura junto com os pequenos.
Dessa forma a leitura passará a fazer parte da rotina da criança. E isso é o grande passo para a alfabetização, uma vez que boa parte das dificuldades de aprendizagem em leitura consiste na desmotivação do aluno que não consegue entender o que é leitura, para que serve e sua importância na vida das pessoas.
 

Cristiane Ferreira é Pedagoga pela PUC SP.  Possui ainda formação em psicopedagogia e coaching.
Atua como professora de ensino fundamental na rede municipal de ensino de São Paulo, coach educacional, life coach e realiza suporte pedagógico a crianças e adultos com dificuldades de aprendizagem no Instituto de Psicologia IPSI Brasil.
Foi diretora da Meta Escolas Integradas, arte educadora e professora de educação infantil no Colégio Marajoara.
É membro da International Association of Coaching (USA), Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional e presidente da Seção São Paulo do International Dance Council (CID UNESCO).

Serviço
Cristiane Ferreira
Pedagogia Clínica e Coaching
(11) 5641-2586

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