sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Devemos ler ou contar uma história?

Mónica Semedo, Educadora de Infância
04/03/2005

"Alimentar o imaginário da criança é desenvolver a função simbólica com textos, imagens, sons." Jean Paul Sartre

Desde crianças que ouvimos os nossos pais, avós, amigos ou familiares contarem-nos histórias de encantar em noites sem fim...contavam-nos histórias que tinham na memória, ou mesmo inventadas no momento, inspirados numa formiga que por ali passava perto.

Talvez por, na nossa infância, não existirem muitos livros infantis, a mensagem era passada de boca em boca e todos tinham o hábito de contar uma história. Sentávamo-nos num colinho quentinho e brincávamos com os dedos do nosso contador de histórias, enquanto sonhávamos e viajávamos com o que estávamos a ouvir...muitas vezes adormecíamos embalados por aquelas tão belas palavras...

Nos dias que correm, os livros infantis abundam nas nossas casas e o contar histórias foi desaparecendo, certo é que os colinhos quentinhos perduram e para lhes fazer companhia existe sempre um livro do agrado da criança dando-lhe segurança, porque sabe que tem ali um amigo que a faz fantasiar e imaginar mil e uma aventuras em que gostaria de entrar.

Mas se não temos o hábito de ler ou de contar histórias, qual o melhor caminho a seguir? Ambas as situações são muito importantes e válidas para estimular a criança para a leitura. Porque vai proporcionar-lhe momentos agradáveis e de grande cumplicidade com o colinho quentinho do seu contador de histórias e com os livros em geral.

Para o adulto que não está habituado a lidar com histórias, ler uma é mais fácil, fá-lo sentir-se muito mais seguro e capaz de fazer passar a mensagem ao pequenino que a ouve, e das próximas vezes que o fizer, vai ser tão natural que aquele receio inicial vai desaparecer e nunca mais se vai lembrar dele. Alguns autores defendem que contar uma história à criança dá mais liberdade a quem o faz, porque pode modificar o enredo da história consoante a reacção de quem a ouve, sem no entanto, a alterar. Mas se a lermos vamos passar à criança um modelo de leitor, como deve manusear um livro, desenvolvendo o prazer de ler e o sentido do valor pelo livro.

Claro que ambas as situações são importantes e não nos podemos deixar assustar pelo papão de não termos jeito para contar histórias...coragem! 

12 dicas que facilitam o hábito da leitura

PublishNews - 29/09/2011
 
Confira as 12 dicas que podem dar uma forcinha para quem deseja inserir os livros em sua rotina

Leitura, além de gosto, é hábito. E pra estimular esse hábito, o Blog Livros e Afins, de Alessandro Martins, dá 12 dicas que podem dar uma forcinha para quem deseja inserir os livros em sua rotina. A primeira delas é: busque o prazer de ler, em seguida, tenha sempre um livro consigo, não esqueça de cuidar dos seus olhos, tenha meios alternativos de leitura, procure aperfeiçoar sua leitura e aprenda, de uma vez por todas, como funciona um agregados de feeds. Pra conferir as dicas detalhadamente.

  1.  Em primeiro lugar, busque o prazer de ler: ainda que seja uma leitura densa, dolorosa e triste, há prazer em compartilhar esses sentimentos todos em comunhão artística com o autor e os outros leitores. Descubra como ter a leitura como objetivo e manter o seu prazer.
  2. Tenha sempre um livro consigo: sempre surge a oportunidade de avançar na leitura de um livro, seja na fila do banco, no ônibus ou em algum outro momento inesperado. Atenção: não vá se tornar uma pessoa anti-social. Às vezes uma boa conversa pode ser melhor para passar o tempo. Para esse item, prefira livros pequenos, fáceis de carregar.
  3. Cuide de seus olhos: a não ser que você já domine o braille, vai preferir manter seus olhos em ótimo funcionamento. Esteja atento e faça exames periodicamente. Se precisar usar óculos, use. Fique bem informado sobre seus olhos.
  4. Tenha meios alternativos de leitura: a tecnologia fornece diversas alternativas para atualizar as leituras. Ler na tela do computador pode ser desconfortável, mas já existem formas de ler bons livros, um pouco de cada vez, recebendo pequenos trechos de cinco minutos por em seu email diariamente. Você sabia que até mesmo em seu celular você pode ler livros?
  5. Aperfeiçoe a sua leitura: de que adianta ler se você mal lembra da história um mês depois? Para ler um livro velho como se fosse novo? Bem, a idéia não é má e reler um bom livro sempre é bom, mas se você quer reter mais de tudo aquilo que lê, escolha uma maneira de fazer isso.
  6. Aprenda de uma vez por todas como funciona um agregador de feeds: vamos assumir que, se você está lendo este artigo, você lê blogs. Se lê blogs e ainda não sabe usar um agregador de feeds está muito atrasado e está perdendo tempo ao ter sempre que acessar os seus sites preferidos para saber se eles já foram atualizados ou não. Possivelmente, está perdendo até mesmo textos interessantes. E, muito provavelmente, de blogs que falam de livros, literatura ou que fazem literatura propriamente dita. Aprenda de uma vez a utilizar um agregador de feeds.
  7. Prefira livrarias com bom atendentes: nem sempre os vendedores de livrarias são as melhores pessoas para indicar livros, mas sempre há aquele profissional que se destaca. É aquele que conhece seus gostos e sabe indicar de forma certeira um livro de que você vai gostar. Ou ao menos lhe avisar quando aquela edição que você tanto espera chegou na loja. Em geral, essas pessoas estão nos sebos. Mas há também livrarias com profissionais assim como, em Curitiba, a do Chain e a, infelizmente fechada, do Eleotério.
  8. Saiba fazer pequenos reparos em livros: nem sempre vale a pena. Livros são feitos hoje como um produto qualquer e muitos não valem um centésimo da árvore de onde saiu sua celulose. Mas o bom leitor tem sempre uma ou outra edição rara ou feita com aquela arte que mais não há. Para esses, saiba fazer pequenos reparos e como secá-los no caso de molhados. Mas para evitar esses problemas…
  9. Saiba como guardar seus livros: a melhor maneira de conservar um livro é não o guardando, mas fazendo com que ele circule de mão em mão. O objetivo de um livro é conservar o conhecimento para que esse conhecimento se propague. Guardá-lo em uma estante para o resto da vida é o mesmo que queimá-lo. Mas se você não for capaz de tal generosidade, aprenda a conservar seus livros.
  10. Tenha ao menos um desafio para cada ano: escolha uma grande obra que ainda não tenha lido e comprometa-se a lê-la.
  11. Leia menos para ler mais: se você lê até o ponto de ficar cansado ou de passar os olhos sobre a página sem que se lembre ou tenha consciência do que acabou de ler, algo está errado. Você precisa aprender a parar de ler antes que isso aconteça para que seu horizonte de leitura se amplie e para que a leitura sempre esteja associada a uma atividade prazerosa. Lembre-se: para ler mais, leia menos, mas com mais qualidade.
  12. Saiba onde conseguir livros grátis: livros não são baratos. Você pode conseguir livros grátis na internet com facilidade. Ler na tela ainda é desconfortável, mas esteja ciente das mudanças tecnológicas. É possível que os eBook Readers se popularizem ou, então, alguma outra forma de leitura. Mudanças vão acontecer, não há dúvida. De outra forma, você estaria lendo ainda em papiros e tendo que aprender o funcionamento do livro, essa tecnologia tão recente.
Fonte: Livros e Afins

Leitores antes mesmo de nascer

22/09/2011

Projeto piloto do Bebelendo incentiva a leitura desde a gestação e a primeira infância e já apresenta resultados

Bebês embalados por livros e histórias que os manterão conectados ao hábito da leitura por toda a vida. Esse estímulo ao contato com as histórias desde a gestação e o nascimento -- assim como a promoção da leitura entre as mães, pais e cuidadores das crianças -- é o objetivo do programa Bebelendo, inspirado também nas ações de formação de leitores das Jornadas Literárias, que já faz experiências práticas.

Desde fevereiro de 2010, o projeto idealizado por Rita de Cássica, à época professora da Universidade de Passo Fundo e hoje consultora da Unesco, é aplicado nos municípios gaúchos de Erechim e Tapejara. Hoje, cerca de 40 pessoas participam do projeto -- gestantes e bebês de famílias de vulnerabilidade social -- que tem apoio financeiro da Unesco e conta com aparatos físicos e funcionários da prefeitura dos municípios. E muitos resultados já estão sendo observados: os bebês que participaram do programa mostram maior atenção às histórias e interesse pelos livros, enquanto as mães leem mais e servem como mediadoras não só com o bebê, mas também com os outros filhos. Agora, a expectativa de Rita é conferir o resultado na fala dos bebês.

As últimas descobertas da neurociência mostram que de 0 a 3 anos acontece um importante desenvolvimento cerebral. E que pode haver mudanças de acordo com os estímulos fornecidos. “Os comportamentos dessa fase servem de base para a vida toda”, explica Rita. Através do contato com a leitura e literatura neste período, acredita-se que a criança também vai ter uma capacidade linguística mais bem desenvolvida: 50% da capacidade é hereditária, e 50% pode ser influenciada pelo meio. “Então, se as mães leem mais elas também influenciam na capacidade linguística do filho.”

O projeto propõe que desde a gestação a mulher participe de encontros semanais nas bibliotecas municipais. Em um primeiro momento, a professora Rita explica às mães a importância de estimular a leitura e a contação de histórias desde a gestação. Então, a partir do sétimo mês, as gestantes passaram a se encontrar semanalmente com duas mediadoras na biblioteca para ouvir uma história contada, aprender cantigas de ninar e parlendas – que devem contar e cantar aos bebês. Aos poucos, são estimuladas a introduzir as histórias e os livros a eles.

Passado um ano e sete meses de trabalho, os resultados são animadores. “Observamos claramente que os bebês desenvolveram comportamentos de leitores. Eles prestam muita atenção quando se contam histórias, muito mais do que os bebês que não participaram do programa”, conta Rita. Outras descobertas: o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê ficou mais forte e os pequenos também ficaram mais sensíveis à música e se movimentam no ritmo dela. Por sua vez, as mães também desenvolveram comportamentos de leitoras, retirando em média três livros por mês da biblioteca. “Agora estamos ansiosos para ver os resultados na fala dos bebês, de como as histórias estimularam a sua capacidade linguística”, diz Rita.

O programa piloto do Bebelendo vai durar ao todo três anos, contando com a parceria da Unesco. Resultado do trabalho de mestrado da professora Rita, o projeto é detalhado no livro Programa Bebelendo – uma intervenção precoce de leitura, escrito em parceria com a sua orientadora de Mestrado, a professora Tania Rösing, que também é coordenadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo. “A grande meta é que o programa se torne uma política pública em todo o País”, entusiasma-se Rita. 

Fonte: PublishNews

domingo, 18 de setembro de 2011

“Quem não ler e se informar será jogado para fora da sociedade”, diz escritor


Umuarama – O escritor mineiro, Affonso Romano de Sant'Anna, esteve na última terça-feira (13) em Umuarama para participar da 30ª edição da Semana Literária do Sesc. Em um bate papo com a professora universitária Cacilda Zafaneli, Affonso falou sobre a literatura nos dias de hoje, e em como a tecnologia e a contação de histórias pode ajudar na formação de leitores, fazendo um alerta: “quem não ler e se informar na sociedade do século XXI, principalmente nos próximos anos, será ‘descartado’”.

AGENTES LITERÁRIOS

Frente às dificuldades de se formar novos leitores, e como criador do PROLER (Programa de Promoção da Leitura), que contou com mais de 30 mil voluntários e estabeleceu-se em 300 municípios, Romano defende cada vez mais a importância dos contadores de histórias para despertar a nova geração.

A exemplo disso, o escritor citou um projeto que aconteceu no Ceará. A secretaria de educação treinou algumas pessoas e deu uma bicicleta para cada uma, com cerca de 20 livros para passar por diversas regiões da cidade com o objetivo de incentivar a leitura. “De repente, um sujeito está ali, em uma beira de estrada, sozinho e chega um agente que começa a conversar com ele, por fim, apresentando um livro”, explicou.

O escritor afirmou que esse trabalho modificou o panorama do Ceará e hoje todo o país está copiando esta ideia. Existem atualmente 10 mil programas de leitura no Brasil. “Consegue-se encontrar hoje bibliotecas dentro de borracharias, açougues e isso é fantástico”, comentou.

ESSENCIALIDADE DA LEITURA

Segundo Romano, quem não se informar estará liquidado na sociedade do século XXI, principalmente nas próximas décadas. “Eu já estou tirando o meu time de campo, mas quem for viver o século XXI e não ler e se informar, vai ser lixo jogado para fora da sociedade. O único jeito é ler”, afirmou.

E são esses que não se informam que também se enquadram em um terceiro tipo de analfabetismo, além dos que não sabem ler e escrever e do analfabetismo funcional: o tecnológico. Para isso Romano elogia o uso dos blogs e a quantidade de livros que pode ser baixada gratuitamente na internet. Deste modo, a biblioteca ser muito longe ou o livro ser caro não são desculpas para deixar de ler.

Apesar de a sociedade tecnológica levar o indivíduo para se alimentar apenas da linguagem de imagem, esse cruzamento de gerações que está sendo vivido mostra que “compete a nós apresentar soluções”, refletiu.

LEITURA É TRABALHO

Romano afirmou que leitura não é apenas prazer, como professores e pedagogos adoram pregar nas salas de aula. “Prazer é apenas metade da conversa. Leitura é trabalho, é exercício de uma tecnologia: saber ler e interpretar”, disse.

Uma obra que tem além da qualidade estética e artística um leque de informações muito grande, pode atingir também muito mais gente. Para se ler, por exemplo, Dante Alighieri e o seu Inferno, Purgatório e Paraíso – na obra A Divina Comédia – deve-se ter conhecimento de história, geografia, teologia, filosofia. “Mas uma pessoa simples, sem grandes formações, também pode captar no seu cotidiano algo daquilo tudo”, conta.

LEITURA TEM PODER

Quando escreveu o texto “A Mulher Madura”, Romano se deparou com inúmeras mulheres que o procuravam para contar a importância daquelas palavras em suas vidas. Algumas até faziam centenas de cópias para distribuir. E são várias obras literárias que possuem essa mesma força. “Por causa de um texto pessoas mudam de emprego, de casa, de marido e é por isso que é importante ler. Seja pelo motivo que for, até por egoísmo seria bom que as pessoas lessem”, expõe.

FALTA DE OPORTUNIDADES?

Questionado sobre uma afirmação do escritor Ziraldo que disse “como querer que uma criança leia um livro dentro de um barraco em uma favela do Rio de Janeiro a 40º?”, Romano contou uma história de uma biblioteca que foi colocada dentro de um hospital.

A ideia inusitada aparenta também ser inútil. Mas só aparenta.

“Um dos pacientes não queria aceitar a alta porque não havia terminado um livro que lhe interessava muito. O médico descobriu então, que esse paciente era analfabeto e foi questioná-lo, quando então o enfermo disse: levo este livro pro cara do leito 42 e ‘leio na leitura dele’. Resumindo: quem quer ler, lê nas circunstâncias mais difíceis, não há desculpa”, finalizou Romano.

Ontem foi a vez dos escritores Alice Ruiz e Fabrício Carpinejar falarem sobre “Literatura e Sedução”. Hoje, a Semana Literária contará com o lançamento de uma prata da casa, Simoni Maria Martins com o livro de poesias “Procura-se”. O lançamento acontecerá às 20 horas no salão social do Sesc. A Semana Literária segue até amanhã.

“Estamos em uma sociedade permissiva. Sou contra o autoritarismo, mas hoje a educação concede liberdade demais. Professor tem que ser antes de tudo um sedutor e o aluno deve ser levado a descobrir o seu interesse, o seu assunto preferido, seja ele qual for”

SAIBA MAIS SOBRE AFFONSO
Affonso Romano de Sant'Anna é um caso raro de artista e intelectual que une a palavra à ação. Com uma produção diversificada e consistente, pensa o Brasil e a cultura do seu tempo, e se destaca como teórico, como poeta, como cronista, como professor, como administrador cultural e como jornalista.

Com mais de 40 livros publicados, professor em diversas universidades brasileiras - UFMG, PUC/RJ, URFJ, UFF, no exterior lecionou nas universidades da California (UCLA), Koln (Alemanha), Aix-en-Provence (França). Seu talento foi confirmado pelo estímulo recebido de várias fundações internacionais como a Ford Foundation, Guggenheim, Gulbenkian e o DAAD da Alemanha, que lhe concederam bolsas de estudo e pesquisa em diversos países.

Nascido em Belo Horizonte (1937), desde os anos 60 teve participação ativa nos movimentos que transformaram a poesia brasileira, interagindo com os grupos de vanguarda e construindo sua própria linguagem e trajetória.

Data desta época sua participação nos movimentos políticos e sociais que marcaram o país. Embora jovem, seu nome já aparece nas principais publicações culturais do país. Por isto, como poeta e cronista foi considerado pela revista “Imprensa”, em 1990, como um dos dez jornalistas que mais influenciam a opinião do Brasil.

Nos anos 70, dirigindo o Departamento de Letras e Artes, PUC/RJ, estruturou a pós graduação em literatura brasileira do Brasil, considerada uma das melhores do país. Trouxe ao Brasil conferencistas estrangeiros como Michel Foucault e apesar das dificuldades impostas pela ditadura realizou uma série de encontros nacionais de professores, escritores e críticos literários além de promover a “ Expoesia” - evento que reuniu 600 poetas num balanço da poesia brasileira.

Como jornalista trabalhou nos principais jornais e revistas do país: Jornal do Brasil (pesquisa e copydesk), Senhor(colaborador) ,Veja(critico), Isto É(Cronista), colaborador do jornal O Estado de São Paulo. Foi cronista d da Manchete e do Jornal do Brasil . e está no O Globo desde 1988.

Nos duros tempos da última ditadura militar, Affonso Romano de Sant'Anna publicou corajosos poemas nos principais jornais do país, não nos suplementos literários, mas nas páginas de política . Poemas como “ Que país é este?” (traduzido para o espanhol, inglês, francês e alemão), foram transformados em “posters”, aos milhares, e colocados em escritórios, sindicatos, universidades e bares.

Nessa época produziu uma série de poemas para a televisão (Globo) .Esses poemas eram transmitidos no horário nobre, no noticiário noturno e atingiam uma audiência de 60 milhões de pessoas.

Como presidente da Biblioteca Nacional — a oitava biblioteca do mundo, com oito milhões de volumes — realizou entre 1990 e 1996 a modernização tecnológica da instituição, informatizando-a, ampliando seus edifícios e lançando programas de alcance nacional e internacional.

Criou o Sistema Nacional de Bibliotecas, que reúne 3.000 instituições e o PROLER ( Programa de Promoção da Leitura), que contou com mais de 30 mil voluntários e estabeleceu-se em 300 municípios em 1991 lançou o programa “Uma biblioteca em cada município”.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

7 dicas para contar historias

1 Escolha o livro de acordo com a idade. Para as crianças pequenas, a obra deve ter histórias curtas e muitas ilustrações.

2 A leitura não tem restrição de lugar nem de horário. Pode ser no quarto, na sala, até mesmo durante o almoço ou o jantar.
3 Tenha uma caixinha com garrafas plásticas, latas, itens coloridos e barulhentos para simbolizar os personagens. Um lápis, por exemplo, transformase em varinha de condão da fada. A criança, quando ajuda na manipulação desses objetos, interage ainda mais com a narrativa.
4 Dê entonação diferente para cada personagem. Para um monstro, use voz mais grave, enquanto a fada ou donzela pede um tom suave. Gestos também são importantes, tenha liberdade para improvisar.
5 A criança pode ajudar a construir o personagem e até mudar o enredo do conto. Nesse caso, em outro momento, narre a versão original. É importante que ela saiba como é a história verdadeira escrita pelo autor.
6 Mude de história, caso a criança diga que não está gostando. Pergunte a ela o que quer ouvir.
7 Crie um ritual para começar e encerrar a contação usando músicas ou brincadeiras. Aposte nas expressões “Era uma vez...” para iniciar a história e, para finalizar, “Saiu por uma porta, entrou pela outra, quem quiser que conte outra.”

Projeto Letras Soltas - Presidente Prudente lança projeto para incetivar a leitura

Domingo, 11/09/2011

O Projeto Letras Soltas consiste na prática de deixar os livros em locais públicos para que as pessoas encontrem e leiam. Depois de lidos, elas têm que deixar o livro em outro lugar para que novas pessoas possam usufruir a leitura.



Fonte: Antena Paulista

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Plano Nacional do Livro e Leitura - DECRETO Nº 7.559, DE 1º DE SETEMBRO DE 2011.

Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 1º, 13 e 14 da Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º O Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL consiste em estratégia permanente de planejamento, apoio, articulação e referência para a execução de ações voltadas para o fomento da leitura no País.

§ 1º São objetivos do PNLL:

I - a democratização do acesso ao livro;

II - a formação de mediadores para o incentivo à leitura;

III - a valorização institucional da leitura e o incremento de seu valor simbólico; e

IV - o desenvolvimento da economia do livro como estímulo à produção intelectual e ao desenvolvimento da economia nacional.

§ 2o As ações, programas e projetos do PNLL serão implementados de forma a viabilizar a inclusão de pessoas com deficiência, observadas as condições de acessibilidade.

Art. 2º O PNLL será coordenado em conjunto pelos Ministérios da Cultura e da Educação.

Parágrafo único. Os Ministros de Estado da Cultura e da Educação designarão, em ato conjunto, o Secretário-Executivo do PNLL.

Art. 3º A implementação do PNLL será feita em regime de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A implementação dos programas, projetos e ações instituídos no âmbito do PNLL poderá ser realizada com a participação de instituições públicas ou privadas, mediante a celebração de instrumentos previstos em Lei.

Art. 4º O PNLL será gerido pelas seguintes instâncias colegiadas:

I - Conselho Diretivo;

II – Coordenação-Executiva; e

III - Conselho Consultivo.

Parágrafo único. A participação nas instâncias enumeradas no caput será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

Art. 5º Compete ao Conselho Diretivo:

I - estabelecer metas e estratégias para a execução do PNLL;

II - definir o modelo de gestão e o processo de revisão periódica do PNLL, observada a Política Nacional do Livro, instituída pela Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003;

III - elaborar o calendário anual de atividades e eventos do PNLL; e

IV - elaborar o regimento interno de gestão do PNLL e de suas instâncias, que será aprovado pelos Ministros da Cultura e da Educação.

Art. 6º O Conselho Diretivo será composto pelos seguintes membros e respectivos suplentes:

I - dois representantes do Ministério da Cultura;

II - dois representantes do Ministério da Educação;

III - dois representantes da sociedade civil com notório conhecimento literário;

IV - um representante dos autores de livros;

V - um representante dos editores de livros;

VI - um representante da sociedade civil com reconhecida atuação ou conhecimento no tema da acessibilidade; e

VII - o Secretário-Executivo do PNLL.

§ 1º Os representantes de que trata o caput serão designados em ato conjunto dos Ministros de Estado da Cultura e da Educação, para atuação pelo período de dois anos, sendo permitida uma recondução por igual período.

§ 2º Caberá aos representantes descritos nos incisos I, II e VII do caput a consulta a entidades representativas de autores, de editores e de especialistas em leitura e em acessibilidade para a indicação dos seus respectivos representantes.

§ 3º As decisões do Conselho Diretivo serão adotadas por maioria simples.

§ 4o O ato a que se refere o § 1o designará o responsável pela coordenação do Conselho Diretivo, a ser escolhido dentre os representantes descritos no inciso I do caput.

Art. 7º Compete à Coordenação Executiva:

I - coordenar a execução do PNLL, de modo a garantir:

a) o cumprimento de suas metas e estratégias;

b) a articulação com os executores de programas, ações e projetos do PNLL ou que com ele tenham pertinência; e

c) a divulgação de seus programas, ações e projetos;

II - participar dos processos de revisão periódica do PNLL e de definição de seu modelo de gestão; e

III - divulgar o balanço de cumprimento de metas do PNLL e decisões adotadas pelo Conselho Diretivo, ao final de cada gestão executiva, nos termos de regimento.

Art. 8º A Coordenação-Executiva será composta pelos seguintes membros e respectivos suplentes:

I - o Secretário-Executivo do PNLL, que a coordenará;

II - um representante do Ministério da Cultura;

III - um representante do Ministério da Educação;

IV - um representante da Fundação Biblioteca Nacional; e

V - um representante do Colegiado Setorial referente à área de literatura, livro e leitura, instituído no âmbito do Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC, nos termos do § 4º do art. 12 do Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005.

Parágrafo único. Os representantes de que trata o caput serão designados pelo período de dois anos, permitida uma recondução por igual período, por meio de ato conjunto dos Ministros de Estado da Cultura e da Educação, após indicação pelos titulares dos respectivos órgãos ou entidade ou, no caso do inciso V do caput, pelos membros do Colegiado.

Art. 9o Ao Conselho Consultivo compete assistir o Conselho Diretivo e a Coordenação Executiva no exercício de suas atribuições.

§ 1o O Conselho Consultivo será composto pelos membros do Colegiado Setorial a que se refere o inciso V do caput do art. 8º.

§ 2o A coordenação do Conselho Consultivo será definida em ato conjunto dos Ministros de Estado da Cultura e da Educação.

Art. 10. O PNLL está estruturado em quatro eixos estratégicos e dezenove linhas de ação.

Parágrafo único. São eixos estratégicos e respectivas linhas de ação do PNLL:

I - eixo estratégico I - democratização do acesso:

a) linha de ação 1 - implantação de novas bibliotecas contemplando os requisitos de acessibilidade;

b) linha de ação 2 - fortalecimento da rede atual de bibliotecas de acesso público integradas à comunidade, contemplando os requisitos de acessibilidade;

c) linha de ação 3 - criação de novos espaços de leitura;

d) linha de ação 4 - distribuição de livros gratuitos que contemplem as especificidades dos neoleitores jovens e adultos, em diversos formatos acessíveis;

e) linha de ação 5 - melhoria do acesso ao livro e a outras formas de expressão da leitura; e

f) linha de ação 6 - disponibilização e uso de tecnologias de informação e comunicação, contemplando os requisitos de acessibilidade;

II - eixo estratégico II - fomento à leitura e à formação de mediadores:

a) linha de ação 7 - promoção de atividades de reconhecimento de ações de incentivo e fomento à leitura;

b) linha de ação 8 - formação de mediadores de leitura e de educadores leitores;

c) linha de ação 9 - projetos sociais de leitura;

d) linha de ação 10 - estudos e fomento à pesquisa nas áreas do livro e da leitura;

e) linha de ação 11 - sistemas de informação nas áreas de biblioteca, bibliografia e mercado editorial; e

f) linha de ação 12 - prêmios e reconhecimento às ações de incentivo e fomento às práticas sociais de leitura;

III - eixo estratégico III - valorização institucional da leitura e de seu valor simbólico:

a) linha de ação 13 - ações para converter o fomento às práticas sociais da leitura em política de Estado; e

b) linha de ação 14 - ações para criar consciência sobre o valor social do livro e da leitura; e

IV - eixo estratégico IV - fomento à cadeia criativa e à cadeia produtiva do livro:

a) linha de ação 15 - desenvolvimento da cadeia produtiva do livro;

b) linha de ação 16 - fomento à distribuição, circulação e consumo de bens de leitura;

c) linha de ação 17 - apoio à cadeia criativa do livro e incentivo à leitura literária;

d) linha de ação 18 - fomento às ações de produção, distribuição e circulação de livros e outros materiais de leitura, contemplando as especificidades dos neoleitores jovens e adultos e os diversos formatos acessíveis; e

e) linha de ação 19 - maior presença da produção nacional literária, científica e cultural no exterior.

Art. 11. O Prêmio Viva Leitura integra o PNLL e tem como objetivo estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam a leitura.

Parágrafo único. Ato conjunto dos Ministros de Estado da Cultura e da Educação disporá sobre as regras e o funcionamento do Prêmio Viva Leitura.

Art. 12. Os Ministérios da Cultura e da Educação darão o suporte técnico-operacional para o gerenciamento do PNLL, inclusive aporte de pessoal, se necessário, permitindo-se a celebração de convênios ou instrumentos congêneres.

Art. 13. Os gestores do PNLL adotarão a consulta pública como um instrumento permanente para assegurar a participação interativa do setor público e da sociedade civil.

Art. 14. O Conselho Diretivo terá o prazo de noventa dias, a contar da publicação deste Decreto, para estabelecer metas e estratégias de que trata o inciso I do caput do art. 5o.

Art. 15. As despesas decorrentes da implementação do PNLL correrão à conta da dotação orçamentária dos órgãos ou entidades executores das ações, projetos e programas.

Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 1o de setembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
Fernando Haddad
Anna Maria Buarque de Hollanda

Projeto incentiva leitura para bebês

14/11/2010

Além de aumentar a capacidade linguística deve formar leitores


Uma forma de criar um vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, e aumentar a capacidade linguística da criança, além de organizar suas emoções. Esses são os principais objetivos do projeto de incentivo à leitura para bebês, criado por Rita de Cássia Tussi, que nesta semana ministrou curso no Colégio Bezerra de Menezes.

A ideia foi comprada pela Unesco e no início do ano o projeto piloto começou a ser implantado em duas cidades do Rio Grande do Sul: Erechim e Tapejara, algumas das cidades onde o PIM (Programa Primeira Infância Melhor), da Secretaria de Estado da Saúde, é aplicado.

O PIM prevê a visita semanal de agentes da saúde às famílias em vulnerabilidade social, para ensinar a mãe a brincar com seu bebê e o estimular. Com a implantação do Bebelendo, essas mães, a partir do 7° mês de gestação, passam também a visitar a biblioteca uma vez por semana. Duas mediadoras, uma com formação em música e outra com formação em arte, estimulam as mães a lerem e cantarem para seus bebês.

“No 6° mês está comprovado que o bebê já ouve. A mãe tem que conversar, cantar para o bebê e contar histórias. No começo podem ser histórias da própria mãe”, afirma a autora.

O programa acompanha a evolução dos bebês até os 3 anos de idade, e fornece livros de acordo com a faixa etária, além da sacola da gestante (com contos de fada, cd de músicas e um diário do bebê), um tapete e uma sacola que se transforma numa ‘bebeteca’, com suporte para livros, possibilitando que cada casa possa ter seu espaço de leitura.


Método traz benefícios

Tussi aplicou seu projeto no desenvolvimento do neto, com 2 anos e 5 meses. “Com 1 ano e 8 meses ele já falava de tudo. As crianças começam a falar mais cedo e melhor”. Segundo ela, os estudos indicam que o incentivo à leitura não requer técnicas especiais. “Só o fato de a mãe ler para o bebê já é válida, não é preciso técnica. A criança já é naturalmente seduzida pela mãe”.

A fisioterapeuta Valéria Martin Regazzini, 41, conta que ela e o marido começaram a ler para a filha Giovanna aos 7 meses de idade. “Ela foi alfabetizada aos 4. As coleguinhas começaram a escrever frases e ela já escrevia pequenos textos”. Atualmente, aos 8 anos, a menina possui mais de 300 livros. “Ela lê muito, gosta de frequentar livrarias. Não está tendo problema nenhum na interpretação de textos”, diz Valéria.

Cada leitura em sua época

20/03/2011
 
Além de incentivar, pais devem indicar livros e observar conteúdo de enredo 

 
Obter informações do autor e do livro vem ajudando muito a comerciante Dulce Ferres Gomes, 50, a selecionar as obras literárias indicadas para seus dois filhos, Maria Vitória, de 9 anos, e Alan, de 10 anos. As duas crianças estudam na 4ª série da escola Antônio Gomes e adoram frequentar livrarias e ler.

Este comportamento além de apropriado para a formação dos pequenos tem um papel essencial na formação de leitores. As duas crianças de Dulce encontram na leitura uma forma de lazer e distração.

“Cada um gosta de um estilo de livro. A menina, por exemplo, gosta de ler de tudo, livros, revistas e até jornais. Já o menino prefere as histórias em quadrinhos”, conta.

Na gama de leitura de Maria Vitória, Dulce colocou uma ressalva: ainda não está na hora de tramas como ‘Lua Nova’ e ‘Crepúsculo’, best-sellers da escritora norte-americana Stephenie Meyer, que é uma verdadeira febre entre o público juvenil, principalmente com as meninas adolescentes.

“Explico para ela: tudo tem seu tempo, chegará a sua vez de ler ‘Lua Nova’ e outros livros deste gênero”, ressalta a mãe. O gênero em questão enfoca realismo fantástico e aspectos do sobrenatural, em meio as paixões e as dúvidas da adolescência.

Como Maria Vitória só tem 9 anos, Dulce compreende que a leitura mais apropriada para ela são as tramas infantis, os contos de fadas e historinhas lúdicas. Porém, uma vez, Maria Vitória não resistiu à curiosidade de leitora e, mesmo escondida de sua mãe, leu um romance do tipo. “Escondi o livro no travesseiro e lia à noite, antes de dormir. Gostei da história”, revela a peraltice.

Dulce teve uma conversa com a filha e explicou, mais uma vez, que tudo tem seu tempo e que ela poderia queimar etapas da infância ao buscar uma literatura mais adulta. “Falei que ela não entenderia a trama e tudo mais”, diz.

Ação e HQs prendem atenção dos meninos

Se as meninas e adolescentes se encantam pelo cavalheirismo do vampiro ético Edward, protagonista das tramas de Stephenie Meyer, autora de ‘Lua Nova’ e ‘Crepúsculo’, entre outros, o heroísmo de Batman, a força de Hulk e a perspicácia de Sherlock Holmes dominam as leituras dos meninos. Alan Ferres Gomes, 10 anos, irmão de Maria Vitória, 9 anos, revela que é fã do Batman e de suas histórias em quadrinhos.

“O Batman tem um carro que é muito legal! Já o Hulk é muito forte!”, detalha o pequeno leitor. Para o estudante Pedro Henrique da Silva, 11 anos, aluno da escola pública Baltazar de Godoy, o mistério em livros sobre investigações de detetives é o que mais lhe agrada.

“Em livros de mistério você começa a ler e a conhecer os personagens, que são suspeitos. Aí, no final, você descobre quem era o verdadeiro culpado”, diz.

Como orientar a leitura?

Para orientar a leitura dos pequenos é preciso seguir um roteiro inspirado em perguntas. A primeira delas é a seguinte: ‘O que você espera de um livro para o seu filho?’. Outras questões essenciais: ‘Que ensine algo didaticamente?’ e ‘Que tenha moral no final?’. A partir destas reflexões, os pais conseguirão compor uma orientação ideal, bem próximo do que é apropriado a cada idade.

Na análise do escritor Mário Milani, integrante da Associação dos Poetas e Escritores de Marília (Apem), na fase da alfabetização, como são os casos de Maria Vitória e Alan, o mais indicado são obras que reúnam teor didático, com criatividade, tudo para estimular aprendizado com imaginação. “Recentemente li uma informação que me deixou preocupado: os estudantes brasileiros são os que menos possuem livros em casa. Isso é triste e devemos mudar este panorama”, pontua. Milani entende como fundamental o acompanhamento dos pais na formação de leitor dos filhos. “Idas às livrarias integram esta formação”.

Lar de Meninas cria biblioteca comunitária na rodoviária de Marília - SP

02/07/2011
 
São mais de 300 livros entre enciclopédias, romances, gibis e revistas


O Lar de Meninas Amelie Boudet inaugurou na sala de espera da rodoviária de Marília, uma biblioteca comunitária com mais de 300 livros. O público encontra nas prateleiras livros didáticos, enciclopédias, romances, gibis, revistas e livros de auto-ajuda.

O objetivo, segundo o presidente da entidade Nelson Cezário Motta, é estimular a leitura entre os passageiros da rodoviária. “Muitas pessoas ficam aguardando o ônibus sem ter o que fazer. A partir de agora elas terão a oportunidade de ler um livro durante esse período de espera”, disse.

Motta explica que na biblioteca comunitária não há o tradicional controle de saída e devolução de livros; o usuário pode levá-lo embora sem a obrigatoriedade de devolver. “A intenção é fazer com que o livro circule, dando a outras pessoas a oportunidade de ler também”.

Toda semana um funcionário do Lar de Meninas passa pelo local para organizar e completar as estantes. O projeto vai continuar enquanto a entidade tiver livros para repor. “As pessoas devem ficar a vontade para pegar os livros, mas contamos com a população para manter e conservar”, afirma Motta.

Os livros disponíveis na biblioteca comunitária foram doados para o Lar de Meninas pela população. A entidade possui um estoque de cerca de 300 livros para repor conforme for necessário.

O estudante João Antonio de Moraes, 23, aprovou a iniciativa. “Para quem precisa esperar durante muito tempo é bom. O livro distrai e o tempo passa mais rápido”.

O motorista Sandro Alberto Pereira, 37, teve que esperar 30 minutos pelo ônibus e aproveitou o tempo livre para ler. “É um projeto muito interessante porque incentiva a leitura”, disse.

Os interessados em doar livros devem ligar no telefone 3417-4930 ou comparecer no Lar de Meninas, localizado na rua Amelie Boudet, 55, bairro Parque São Jorge, zona sul.


Fonte: Diário de Marília

Leitura é fundamental

Luiz Gonzaga Bertelli *
03/09/2011

Nessa semana, a literatura voltou a ocupar um merecido espaço de destaque nas conversas e na mídia. No primeiro dia de setembro começou a XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, possivelmente o único evento do país, em termos de grandiosidade e importância, a concorrer com a mostra paulista que só volta a ser realizada no ano que vem.

O assunto vem bem a calhar, especialmente depois que a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um levantamento de resultados preocupantes: os universitários não leem mais do que 1 a 4 livros por ano.

Ressalte-se que essa é a média nacional, ou seja, há faculdades como a Federal do Maranhão em que 23,24% dos estudantes não tocam em um livro sequer durante o ano. Na outra ponta da estatística, está a Federal do Rio Grande do Sul, da qual 23% dos alunos leem mais de dez obras no período.

O comportamento do estudante que gravita entre os dois extremos – especialmente aqueles que pendem para o mau exemplo maranhense – deve ser recriminado. É verdade que geralmente ocupamos essas linhas para exaltar os benefícios das vivências práticas para a formação do futuro profissional, mas é imperioso ressaltar que elas terão seus efeitos potencializados com o hábito da leitura – até porque as aulas expositivas nunca abarcam a totalidade dos conhecimentos necessários para a futura profissão.

Nos livros estão ideias e conceitos capazes de ampliar a capacidade analítica dos leitores, que ganham lastro para reflexões mais aprofundadas sobre a realidade e as próprias atividades profissionais, habilidade apreciada na atuação e formação de líderes.

Além disso, ultrapassando a esfera das publicações técnicas, os leitores entram em contato com um universo de informações que enriquecem seu repertório de conhecimentos e sua visão crítica, aprimorando uma série de outras competências úteis tanto para a carreira quanto para a vida.

Para cultivar o hábito da leitura, é preciso empenho, disciplina e uma dose generosa de interesse, especialmente por parte dessa nova geração conectada com as informações rápidas – e por que não dizer rasas? – da internet e dos estímulos visuais dos jogos eletrônicos.

Em tempo, convém deixar outra orientação aos estudantes: não se esqueçam dos jornais. Esse, por exemplo, que você tem em mãos nesse momento é um ótimo ponto de partida. Há empresas que avaliam o nível de atualização dos candidatos a estágio ou emprego pela quantidade de periódicos lidos, valorizando quem está mais bem informado. Por fim, lembre-se sempre da máxima: “conhecimento não ocupa espaço”. Torne-se um assíduo frequentador da biblioteca da sua cidade, nos últimos anos não foram poucos os relatos de instituições que foram fechadas pela falta de procura do público.

* Presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ler histórias é a melhor forma de incentivar as crianças à leitura

09/10/2008
Gabriela Agustini
Em São Paulo

Ler histórias para crianças ainda não alfabetizadas é a melhor forma de incentivá-las à leitura. E, para estimular o hábito, é preciso que ele esteja inserido na rotina. O conselho é da psicóloga Cisele Ortiz , coordenadora do Instituto Avisa Lá, uma ONG que trabalha com a formação de educadores.

"Desde antes de nascer até os 7 anos, quando já pode ler sozinha, é importante que alguém narre as histórias para a criança permitindo que ela entre em contato com o mundo da literatura", diz.

Segundo a psicóloga, é ouvindo histórias que os pequenos têm uma primeira experiência com a linguagem escrita e sua estrutura. "Quando ficar mais velha, essa criança certamente reconhecerá o valor cultural que um texto tem", diz Cisele.

Ela ressalta ainda a diferença entre ler uma história e contá-la. "Quando lemos, usamos uma linguagem diferente da falada, o que introduz elementos que serão formalizados, mais para frente, na escola."

Outra especialista no assunto, a coordenadora do projeto de formação de leitores do Colégio Pentágono, em São Paulo, Liliane Araújo, concorda com a importância de o incentivo começar cedo, antes mesmo de as crianças serem alfabetizadas.

Para Araújo, o espaço de leitura deve ser também um local de encontro, com música e troca de idéias entre as crianças - "bem diferente de uma biblioteca tradicional, em que o silêncio predomina". "O livro deve ser um companheiro, um amigo das crianças pequenas", diz.

Livro ou brinquedo?
Ao visitar a seção infantil das livrarias, o consumidor vai encontrar todo tipo de livro - alguns com tantos recursos, como aqueles que vêm com fantoches e pop-ups, que mais se parecem com brinquedos.

Um atrativo nessa "categoria" é a possibilidade de interação que ela promove. "É um convite à criatividade e ao estímulo dos sentidos", explica Araújo. "A criança pode inventar a história, criar e pegar os personagens", exemplifica Ortiz.

Se os livros oferecerem suporte aos pais para contar uma história e para brincar com a criança, eles são uma boa pedida. "Alguns têm painéis imantados ou trazem fantoches, marionetes, teatro de sombras - recursos ótimos para enriquecer o cenário da história", conta Ortiz.

Esses atrativos também são apontados por Araújo como importantes para chamar a atenção dos pequenos leitores. "Quando a criança ainda não é alfabetizada os elementos visuais são os únicos que ela entende. Aprendendo a ler imagens, ela terá o caminho aberto para querer aprender a ler palavras no futuro", diz.

No entanto, Cisele Ortiz faz um alerta: "não é porque ensina uma criança a virar uma página, que o livro desperta interesse por leitura", complementa. Tudo vai depender do uso do produto. Um livrinho daqueles de plástico com figuras e sem texto, por exemplo, será apenas um brinquedo se os pais não o utilizarem para contar uma história. O mesmo vale para produtos com recursos como sons e pop-ups.

Incentivo em casa
A melhor forma de aproximar uma criança da leitura é oferecer a ela o exemplo em casa. "Pais leitores tendem a influenciar o comportamento futuro de seus filhos", atenta Cisele.

Ela conta que promover situações de leitura no dia a dia é um ótimo incentivo. "Existem crianças que aprendem a ler na Igreja, ao tentar acompanhar o folheto da missa como os demais familiares", diz.

"Nesse sentido, uma boa idéia é, por exemplo, deixar a criança em fase de alfabetização ajudar a ler a receita de um bolo que está sendo preparado pela mãe", explica Cisele. "Compartilhar o cotidiano ajuda ainda a estabelecer vínculos emocionais".

Por que ler é fundamental?

Carla Caruso é escritora, pesquisadora e realiza projetos de capacitação de professores no Estado de São Paulo.

“A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo.” Paulo Freire

Afinal por que se afirma que é tão importante ler? Para responder a essa questão, vamos lembrar que o texto – seja de que natureza for – está sempre pronto a ser compreendido, decifrado e interpretado. O processo da leitura exige um esforço que garante uma compreensão ampliada do mundo, de nós mesmos e da nossa relação com o mundo.

Na Roma antiga, o verbo “ler” – do latim legere – além de ler, também podia significar “colher”, “recolher”, “espiar”, “reconhecer traços”, “tomar”, “roubar”. Para os romanos, então, ler era muito mais do que simplesmente reconhecer as palavras e frases dos outdoors de uma avenida, dos índices de desempregos noticiados nos jornais, do discurso político de um candidato à presidência da República, de um poema ou de um conto, de um romance ou de um filme.

Ler é compreender os discursos, mas também é completá-los, descobrindo o que neles não está claramente dito. Talvez “recolher” seja buscar as pistas que o texto tem, “espiar” seja distanciar-se um pouco e não de imediato aquilo que está sendo proposto, “tomar” e “roubar” talvez queira dizer estar prontos a captar, capturar, se apropriar daquilo que está escondido nas entrelinhas de um texto.

Um desfile de palavras vazias?

É assim que a leitura se torna criativa e produtiva, pela descoberta dos sentidos do texto e a atribuição de outros. Do contrário, ela se torna apenas assistir a um desfile de letras, palavras e frases vazias, diante de olhos tão passivos, quanto sonolentos.

O mundo simbólico se amplia diariamente. A maior parte dos fenômenos, seja de natureza política, econômica, social ou cultural, faz parte de um registro contínuo do homem. Também a reinvenção da realidade por meio dos textos literários, que constroem uma nova linguagem, nos dá a dimensão das emoções, sentimentos, críticas e vivências do homem, na sua busca de sentido para a existência. Nos contos, crônicas, romances, poemas, nos mais variados textos criados, há sempre um universo interior e exterior de pessoas que vivem ou viveram num determinado tempo e espaço. Ler os textos escritos e as diversas linguagens inerentes ao ser humano é ampliar o nosso próprio mundo simbólico, é desenvolver nossa capacidade de comunicar e criticar, enfim, é um ato contínuo de recriação e invenção.

Fonte: Portal UOL